O Gaispi, órgão ligado a Anatel responsável por coordenar a mitigação de interferências na frequência de 3,5 GHz, havia liberado o uso do espectro a partir de quinta-feira (6). No entanto, as operadoras não puderam ativar as antenas 5G na data devido a uma falha no sistema de boletos da Anatel. Claro, TIM e Vivo só poderiam utilizar o serviço após as taxas de licenciamento serem devidamente compensadas.
5G puro chega nas versões NSA e SA
As ativações da quinta geração na frequência de 3,5 GHz acontecem em dois padrões: SA e NSA. Ambos os padrões compreendem funcionam como 5G puro, visto que o espectro será integralmente destinado para a quinta geração. Entenda a diferença:
5G SA (Standalone): utiliza a frequência dedicada de 3,5 GHz e o núcleo da rede é dedicado para a quinta geração;5G NSA (Non-Standalone): utiliza a frequência dedicada de 3,5 GHz, mas compartilha o núcleo da rede com o 4G.
A ativação do 5G no formato Standalone é obrigatória e determinada no edital da licitação da frequência de 3,5 GHz. No entanto, as operadoras também optaram por lançar também o 5G Non-Standalone, visto que ainda são poucos os aparelhos compatíveis com o 5G SA. Para usuários comuns de smartphone, o uso do 5G NSA não faz muita diferença para o SA. As velocidades de download e upload costumam ser idênticas, enquanto o SA teria algum ganho em latência (ping). As vantagens do formato Standalone serão vistas principalmente em uso industrial e redes privativas.
Como acessar o 5G na Claro, TIM e Vivo
Para utilizar a quinta geração é necessário estar dentro da área de cobertura e ter um aparelho compatível com 5G na frequência de 3,5 GHz. Claro, TIM e Vivo não exigem planos específicos nem troca de chip para acessar o 5G NSA. Para o 5G SA, a situação muda:
na Claro é necessário ter chip 5G e plano específico para acessar o 5G SA;na TIM não é necessário trocar de chip para acessar o 5G SA, mas é preciso ativar um pacote de 50 GB gratuito por 12 meses, exclusivo para clientes do pós-pago TIM Black;na Vivo não é necessário ter plano específico, mas é preciso trocar de chip para acessar o 5G SA.
5G devia ter chegado a todas as capitais até julho
O atraso na compensação dos boletos não foi o único empecilho para a chegada do 5G à região Norte. O cronograma inicial da Anatel estipulava que todas as capitais brasileiras deveriam ter o 5G Standalone disponível até julho de 2022, mas isso não ocorreu a tempo. Como a faixa de 3,5 GHz era utilizada pelo serviço de TV aberta via satélite (TVRO), era necessário mitigar possíveis interferências. A solução dada pelo Gaispi foi a migração dos usuários da antiga banda C para a banda Ku, e isso envolve a troca da antena parabólica e receptor na casa de cada telespectador. Devido a dificuldades na cadeia de produção de chips, houve atraso na entrega dos equipamentos, prejudicando a mitigação da frequência de 3,5 GHz e atrasando a liberação do espectro para as operadoras. Beneficiários de programas sociais do governo inscritos no CadÚnico têm direito ao kit gratuito para a transição da TV aberta via satélite para a nova tecnologia, na banda Ku. O cadastro deve ser feito na plataforma Siga Antenado, onde será feito o agendamento da instalação dos novos equipamentos.
Bairros com cobertura 5G na região Norte
De acordo com o edital da Anatel, as operadoras que arremataram a frequência de 3,5 GHz devem ativar em 2022 pelo menos uma antena para cada 100 mil habitantes nas capitais. A densidade é progressiva até 2029, ano em que as teles devem manter uma estação rádio-base para cada 15 mil habitantes em todos os municípios com mais de 30 mil habitantes. Por esse motivo, a cobertura inicial do 5G não possui a mesma abrangência que o 4G e as tecnologias anteriores, e está restrita a alguns bairros. Confira as regiões atendidas em Belém, Macapá, Manaus, Porto Velho e Rio Branco: