Se concretizado, o negócio pode criar uma gigante de mais de US$ 200 bilhões. A Broadcom trabalha em vários mercados da Qualcomm, como modems, processadores ARM e chips de conexão Bluetooth e Wi-Fi. Ela tem suas origens na década de 1960, quando era uma divisão de semicondutores da HP, mas foi recriada em 2016, quando foi comprada pela americana Avago Technologies por US$ 37 bilhões.

Hoje, a Broadcom é uma empresa com valor de mercado de US$ 112 bilhões, enquanto a Qualcomm é cotada a US$ 91 bilhões. A dona dos processadores Snapdragon está em um momento frágil: ela está em uma disputa judicial complexa contra a Apple e viu seu lucro despencar 90% no último trimestre, em grande parte devido à interrupção dos repasses de pagamentos de royalties de iPhones. Como a Broadcom é uma das maiores fornecedoras de componentes para iPhones, analistas especulam que a compra pode ajudar a resolver a batalha legal contra a Apple (ou complicar ainda mais a briga). Fato é que o mercado está otimista: as ações da Qualcomm sobem 12,7% enquanto escrevo este parágrafo, enquanto os papéis da Broadcom estão em alta de 5,4%. Segundo a CNBC, o esperado é que a Qualcomm resista à oferta: o valor estaria abaixo do que a empresa aceitaria em uma aquisição. Além disso, como informa a Bloomberg, a fusão criaria a terceira maior fabricante de chips do mundo (atrás da Samsung e da Intel), que controlaria uma parte enorme da cadeia de suprimentos de smartphones — ou seja, o acordo também deve enfrentar resistência dos órgãos reguladores. Atualizado às 11h01 com a dívida líquida da Qualcomm e o valor atualizado.

Broadcom faz oferta para comprar Qualcomm por US  103 bilh es   Tecnoblog - 93