Para piorar, na quinta-feira (17), o preço das ações do Snapchat chegou ao menor nível desde a oferta pública: US$ 10,57. Com a situação crítica da empresa, o CEO Evan Spiegel, já começa a ser questionado por suas recentes decisões.
A expectativa de que Spiegel ofereça respostas para a crise dentro da Snap é ainda maior devido à sua conta bancária. Ele terminou 2017 com US$ 504 milhões a mais e foi o CEO mais bem pago nos Estados Unidos. Segundo reportagem do The Information, o executivo é apontado como responsável por dois erros cruciais: roubar a ideia de outras pessoas e não ouvir a opinião de seus colegas. O jornal afirma que ele decidiu de forma repentina que faria mudanças no Snapchat enquanto voltava de uma viagem à China. Spiegel teria se inspirado em aplicativos chineses ao decidir separar os conteúdos de amigos e de empresas e ao abrir mão da ordem cronológica do app. Com as primeiras discussões já no avião, o plano teria sido implementado de forma apressada. Ao chegar na Califórnia, Spiegel teria decidido pelo redesign sem muitas discussões. Os primeiros testes tiveram resultados mistos e deixaram alguns designers hesitantes. Ainda assim, o executivo decidiu seguir em frente. Seu objetivo era liberar a nova interface do app em seis semanas. O limite era novembro, até o Dia de Ação de Graças. No entanto, o redesign só foi concluído em fevereiro. O atraso foi causado por uma série de erros de gerenciamento, como o curto prazo definido pelo executivo. Além disso, a decisão de passar a ordem diretamente às equipes, sem passar por responsáveis de cada departamento, não ajudou nada. A estratégia teria deixado vários funcionários confusos e, em diversas vezes, a falta de comunicação fez os trabalhos serem realizados duas vezes. Os funcionários que sugeriam marcar uma reunião com Spiegel para tratar dos problemas do projeto eram logo avisados de que não se tratava de uma boa ideia. Como lembra o Gizmodo, Spiegel era considerado essencial para a Snap por conta de suas ideias de design, capazes de atrair usuários mais jovens. Tanto é que vários dos recursos do aplicativo foram copiados pelo Facebook, Instagram e WhatsApp. Essa importância começa a ser discutida à medida em que ele deixa de ser o copiado e passa a tomar decisões mais parecidas com as de Mark Zuckerberg, que decidiu reproduzir o que deu certo em outras plataformas. Para Spiegel, falta “apenas” alcançar os mesmos números das cópias de Zuckerberg.