O Android é o sistema operacional móvel mais utilizado do mundo e, como tal, deixa o Google em uma posição bastante privilegiada no mercado. Via de regra, a companhia cuida do desenvolvimento da plataforma e a oferece aos fabricantes de dispositivos móveis mediante acordos de licenciamento. Assim, as empresas podem incluir em seus aparelhos as ferramentas e serviços do Google. Soa como uma relação justa, afinal, o Google se preocupa em manter a homogeneidade do Android e em torná-lo cada vez mais abrangente enquanto os fabricantes cuidam apenas dos seus dispositivos e de uma ou outra adaptação de software. Porém, para muita gente, esse esquema dificulta a adoção de serviços concorrentes e dá poderes demais ao Google por permitir que a companhia tenha acesso a uma enormidade de dados dos usuários.

É aí que o Eelo entra em cena. A proposta de Duval e equipe é disponibilizar um sistema operacional de código aberto que contempla um conjunto básico de aplicativos e serviços, mas exclui recursos que não favorecem a privacidade. O pacote inclui cliente de email, ferramentas de produtividade e serviços de armazenamento nas nuvens que, teoricamente, são menos invasivos. Se o usuário quiser instalar algum app do Google, tudo bem, essa é uma decisão que cabe a ele. Porém, esse ponto revela a maior dificuldade de um projeto desse tipo: desenvolver uma versão do Android sem o ecossistema do Google implica na ausência do Google Play, do Google Services e de outros recursos importantes para o funcionamento de determinados serviços.

Duval deve pelo menos amenizar parte dos possíveis problemas dando acesso a serviços como o F-Droid, que disponibiliza aplicativos gratuitos e open source. O APKPure também pode ser incluído, apesar de o foco deste estar em apps gratuitos, mas não necessariamente de código aberto. Até certo ponto, o sistema operacional em si também já está preparado para não depender dos recursos do Google: o Eelo vai ter como base o LineageOS, lembra dele? Trata-se de um sistema baseado no Android que sucedeu o finado CyanogenMod. Embora o projeto não tenha fins lucrativos, os esforços de desenvolvimento têm custos. É por isso que Duval colocou o Eelo no Kickstarter. As recompensas incluem camisetas, reconhecimento como membro oficial do projeto e, para quem fizer as contribuições mais generosas, aparelhos Xiaomi Mi 5s ou Mi Mix 2 com o Eelo instalado. A primeira versão oficial deve ser liberada para os colaboradores no primeiro trimestre de 2018. Há mais informações no site oficial do Eelo. Com informações: Neowin, Fossbytes

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