O Twitter Blue, serviço de assinatura premium do Twitter, fornece funcionalidades extras para os seus usuários, como a opção de editar tweets e personalização de abas. Atualmente, ele custa US$ 4,99, contudo a proposta de Musk é que o novo valor de US$ 20 (R$ 105,93 em conversão direta) inclua o selo verificado — sim, agora será oficial ter o selo como “ostentação”.
Verificados no Twitter serão obrigados a pagar
Nada de direito adquirido no Twitter de Elon Musk. De acordo com o site Plataform, os usuários verificados serão obrigados a assinar o Twitter Blue para manter o icônico selo azul. Quem não iniciar a assinatura em 90 dias, perderá a verificação. O veículo também afirma que a atualização do Twitter Blue chega em 7 de novembro — e se não chegar, os responsáveis pela novidade serão demitidos. A fonte do Plataform disse que os funcionários do projeto trabalharam neste final de semana e estão usando a noite para terminar a atualização no prazo determinado — e ainda tem mais um fim de semana pela frente. O curioso é que o Twitter Blue está disponível para quatro países (Austrália, Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia), enquanto a rede social possui usuários verificados em diversos lugares do mundo. Se os desenvolvedores do Twitter estão virando a noite e perdendo finais de semana, pode ser que o lançamento do Twitter Blue e do verificado pago aconteçam simultaneamente na próxima segunda-feira. Afinal, há um grande problema ao cobrar pela verificação de contas: resolver a cobrança com governos e instituições.
Selo de verificação é garantia de fontes oficiais
Ainda não há mais detalhes de como o serviço funcionará com grandes empresas e governos, mas uma possível remoção do selo de verificado de órgãos governamentais amplia os riscos de desinformação — e de fiscalização. Seja o Twitter verificado da prefeitura da sua cidade falando sobre uma alteração no trânsito, ou seja a embaixada russa no Reino Unido acusando a Ucrânia de preparar uma “bomba suja”, o selo azul na conta de um órgão público é a oficialização da palavra de um governo. A remoção do selo verificado de um órgão governamental — por não assinar o Twitter Blue — prejudica o acesso da população à informação e a apuração jornalística. Trânsito intenso na sua cidade? Ir na conta oficial do Twitter da sua cidade pode lhe ajudar a entender o motivo. Sem isso, uma conta falsa pode se tornar a fonte primária de informação e causar ainda mais transtornos. As contas governamentais também são fontes para jornalistas. Em casos de desastres ambientais ou guerras, a agilidade do Twitter permite que governos divulguem rapidamente a situação em locais afetados, corroborando apurações e relatos de moradores. E, resgatando o exemplo da Embaixada Russa, publicações oficiais também mostram o posicionamento de governos — marcando um registro histórico do cenário. Sem esses selos, confusões e falta de informação, somada a desinformação, prejudicam o jornalismo e a população em si.
Cobrança é injusta para criadores de conteúdo – e uma ideia ruim
Deixando de lado o valor de US$ 20 (R$ 105,93) para a verificação, cobrar pelo selo é injusto para qualquer nível de influencer — do regional até alguém no nível Jade Picon — pelo motivo de que o Twitter não possui um sistema de parceria com os criadores de conteúdo. Instagram, TikTok e YouTube possuem ferramentas para que criadores ganhem dinheiro da plataforma. O Twitter, no momento, permite o uso do Super Follow, serviço de assinatura para que seguidores tenham acesso a conteúdo exclusivo de seus influenciadores favoritos. Ela tem opção fixa de três valores e só está liberada em quatro países. Para os criadores de conteúdo médios e pequenos (e até os grandes), não é nada compensador pagar para ser verificado em uma plataforma que não valoriza o seu trabalho. Os influencers são uma parte fundamental do uso das redes sociais ou plataformas. Não foi à toa que o Spotify pagou US$ 200 milhões pela exclusividade do podcast The Joe Rogan Experience. O Elon Musk é rico o bastante para contratar um gestor e analista que diga para ele o seguinte: para lucrar em uma rede social, você precisa gastar com influenciadores. De resto, cobrar assinatura pelo verificado para aumentar o lucro é só transformar uma ferramenta importante em símbolo de status virtual. Com informações: Plataform, The Verge e Tech Crunch