O tal ultimato foi dado por meio de um formulário que acompanhava um email enviado aos funcionários. Todos tinham até 17 de novembro para clicar em “sim” como forma de manifestar a intenção de “fazer parte do novo Twitter”. Mas a maioria não concordou. O Mashable calcula que cerca de 75% dos atuais funcionários não querem fazer parte do movimento imposto por Musk. A consequência foi imediata: os escritórios do Twitter foram fechados temporariamente. Os funcionários que não concordassem com o “novo Twitter” seriam dispensados e receberiam o equivalente a três meses de salário como indenização. Pelo jeito, a maior parte deles preferiu receber o dinheiro do que participar de um ambiente de trabalho potencialmente nocivo. Sim, pois quando Musk falou em cultura “extremamente hardcore”, explicou que isso significa “trabalhar longas horas em alta intensidade”. O que esperar disso? Além de jornadas exaustivas, um permanente clima de tensão seguido da insegurança que um líder excêntrico pode causar em qualquer equipe. Não é à toa que centenas de funcionários decidiram simplesmente pegar a indenização e ir embora.
O que acontece agora no Twitter?
Talvez nem o próprio Elon Musk sabe. O empresário passou as últimas horas postando memes que sugerem que o Twitter vai acabar como se quisesse dizer que, na verdade, não está preocupado com isso. Enquanto Musk debocha, a liderança que restou na companhia tem o trabalho de contabilizar quem fica e quem sai. Depois do corte massivo promovido pelo empresário, o Twitter ficou com pouco menos de 3.000 funcionários. Antes, eram cerca de 7.500 pessoas. Com a recente debandada, estima-se que esse número não passa de 1.000 indivíduos. Ao The Verge, alguns funcionários restantes e de saída disseram que, diante de um esvaziamento tão grande da força de trabalho, a rede social pode começar a apresentar problemas em breve. Isso porque muitas equipes críticas para o funcionamento do serviço se demitiram total ou quase completamente. Entre elas estão times que gerenciam o tráfego, que monitoram a rede social 24 horas por dia e que mantêm as bibliotecas usadas pelos desenvolvedores. Questionado sobre o assunto, Musk respondeu que “as melhores pessoas estão ficando, então não estou superpreocupado”. Ele pode não estar. Mas, diante de um desmonte tão grande, não dá para dizer o mesmo sobre os funcionários que permanecem na companhia. Os escritórios do Twitter devem reabrir na próxima segunda-feira (21). Resta saber quem ainda estará por lá.