O que é um chiplet?O que é um overclock do processador?
Fabricar chips para outras companhias é uma das estratégias que Pat Gelsinger priorizou ao se tornar CEO da Intel, em fevereiro de 2021. O plano inclui um investimento de US$ 20 bilhões na construção de novas fábricas nos Estados Unidos. Isso só na fase inicial. Nos próximos anos, os investimentos da Intel na construção de fábricas pode chegar à soma de US$ 100 bilhões. Faz sentido. O momento é favorável para uma expansão. Isso porque, além da demanda crescente, em breve, o governo dos Estados Unidos deve anunciar incentivos para a indústria local de semicondutores.
Parceria com a MediaTek
A MediaTek é mais conhecida por produzir chips para celulares. Ou melhor, desenvolver. Assim como Qualcomm, AMD e outras empresas do setor, a MediaTek projeta chips, mas a fabricação destes cabe a companhias especializadas, a exemplo da TSMC. É justamente a TSMC que produz a ampla maioria dos chips da MediaTek, inclusive os que são destinados a celulares. Essa parceria não vai ser rompida com a chegada da Intel, no entanto. Pelo menos na fase inicial, a Intel Foundry Services (IFS), como é chamada a divisão da Intel que produz semicondutores para terceiros, ficará responsável por fabricar chips da MediaTek para dispositivos inteligentes de borda (smart edge devices). Entende-se como dispositivo de borda equipamentos que controlam fluxos de dados entre redes, bem como aqueles que se comunicam com redes diferentes. Um roteador que interliga uma rede local à internet, por exemplo, pode ser enquadrado nessa categoria.
Acordo é importante para as duas companhias
Isso é óbvio. Nenhuma empresa fecharia uma parceria com outra se não houvesse vantagens nisso. Mas convém entendermos cada um dos lados nessa história. Comecemos pela Intel. Uma das razões pelas quais a companhia aposta na IFS é a expectativa de que essa divisão a ajude a superar a sua queda de relevância percebida nos últimos anos. Ao produzir chips para terceiros, a Intel aumenta a sua presença em uma mercado que tem uma demanda altíssima. Neste ponto, temos que ter em mente que a IFS não foi criada apenas para produzir chips tão complexos quanto os processadores da própria Intel. Em numerosas aplicações, chips com design simples e, portanto, de baixo custo, são suficientes. A MediaTek está olhando justamente para esse segmento. O acordo também deve ajudar a MediaTek a reforçar a sua presença em duas regiões extremamente importantes: Estados Unidos e Europa (a Intel também tem fábricas no continente europeu, além de planos para novas unidades na Alemanha). Além disso, a parceria deve permitir à MediaTek contar com uma cadeia de suprimentos mais robusta. Teoricamente, um número maior de fornecedores reduz o risco de a empresa sofrer com atrasos de entrega ou crises de escassez de componentes. Também deve haver vantagens financeiras, mas ambas as companhias tomaram o cuidado de não revelar todos os detalhes da parceria. O volume de chips que a Intel irá produzir para a MediaTek e os valores oriundos do acordo estão entre as informações que permanecem sob sigilo.