Covid longa pode ser mortal, aponta relatório do governo dos EUAAumento de casos de miopia infantil surge como efeito da pandemia de covid-19

“Estimamos 14,83 milhões de mortes em excesso globalmente [entre 2020 e 2021]. São 2,74 vezes mais mortes do que os 5,42 milhões relatados em decorrência da covid-19 no período”, afirma o relatório da OMS, publicado na revista científica Nature. Vale observar que outros estudos já apontavam para o problema das subnotificações das mortes na pandemia e do impacto no sistemas de saúde de todo o mundo. Por exemplo, em março deste ano, uma equipe internacional de pesquisadores estimou que, no mesmo período, teriam ocorrido 18 milhões de mortes. Este estudo foi publicado na revista The Lancet.

Subnotificação das mortes da covid-19 no mundo

“As estatísticas sobre a mortalidade da covid-19 são problemáticas em muitos países devido a variações no acesso a testes, capacidade de diagnóstico e certificação inconsistente da covid-19 como causa de morte”, explica o relatório da OMS em relação ao número tão alto de subnotificações. Dessa forma, os cientistas buscaram estratégias para calcular as mortes em excesso. Basicamente, a fórmula consiste em comparar o número de óbitos esperado para determinado momento e com o número, de fato, observado na pandemia da covid-19. Esta diferença recebe o nome de excesso de mortes. Fato importante é que esta estratégia permite calcular também o número de pessoas que morrem em consequência do colapso do sistema de saúde, provocado pela covid-19. Nessas condições, a pessoa tem mais dificuldade em tratar e ser diagnosticado, tanto para a covid-19 quanto para outras doenças. No Brasil, um dos exemplos mais graves de colapso foi o observado em Manaus, em janeiro de 2021. Fonte: Nature e The Lancet