De acordo com o Spotify, desde quando lançou o recurso de audiolivros, a Apple o proíbe de explicar aos usuários onde e como comprar os títulos. Além disso, no app, a companhia sequer deixa listar quanto eles custam e nem permite que o serviço envie emails para os usuários com orientações sobre como adquiri-los. Em um comunicado, Daniel Ek, CEO do Spotify, expressou sua insatisfação: “Com o lançamento dos nossos Audiolivros, a Apple provou mais uma vez o quão descarada está disposta a ser com as regras da App Store, mudando constantemente as traves para prejudicar seus concorrentes.” Os audiolivros estão disponíveis no app, mas quando um usuário tenta comprar um título, é surpreendido pelo aviso: “Quer ouvir? Você não pode comprar audiolivros no aplicativo. Sabemos que não é o ideal.” Por outro lado, no Android, é possível clicar em um botão e receber um email com orientações. Fato é: caso o Spotify desse o braço a torcer e permitisse a compra de audiolivros pelo app, teria que fatiar 30% do valor para a Apple. Sabiamente, a gigante do streaming desenvolveu uma loja própria onde toda compra deve ser feita, mas não pode redirecionar os usuários — isso, claro, vai de encontro com as diretrizes da App Store. O Spotify disse que estava frustrado com as imposições e que contratou advogados para ter certeza de que seguia as regras da loja de aplicativos. Segundo Daniel Ek, desde que o recurso de audiolivros foi lançado, a Apple teria rejeitado a atualização do aplicativo por “três ou quatro vezes”.

O que diz a Apple?

Procurada pelo The New York Times, em nota, um porta-voz da Apple informou:

Apple e Spotify não se entendem há mais de cinco anos

A briga entre o Spotify e a Apple já dura quase oito anos e não diz respeito apenas aos mesmos mercados que ambas as empresas abraçam, como o de streaming de músicas e de audiolivros. O Spotify foi rejeitado por não seguir as diretrizes sobre a inclusão de comunicações explícitas no aplicativo para direcionar usuários para fazer compras digitais fora do app. Fornecemos orientações claras sobre como resolver o problema e aprovamos o aplicativo depois que eles fizeram alterações que o colocaram em conformidade. O dissabor entre as concorrentes, na verdade, diz respeito às restrições impostas pela gigante de Cupertino, incluindo a exigência de que os aplicativos usem seu sistema de pagamento — dando-lhe uma porcentagem de 30% do valor da transação. O diretor executivo do Spotify fez questão de relembrar um dos episódios mais recentes do imbróglio no comunicado: “Quase quatro anos. É quanto tempo faz desde que o Spotify apresentou uma queixa contra a Apple na Comissão Europeia, e ainda estamos aguardando uma decisão.” “Enquanto esperamos, a Apple continua a ditar como é a inovação online, causando sérios danos à economia da internet, sufocando a concorrência e a imaginação dos desenvolvedores de aplicativos”, concluiu. Enquanto apresentava o relatório financeiro mais recente da empresa, Ek foi indagado sobre sua postura aberta em relação à empresa de Tim Cook. Ele, então, disse achar um “absurdo” que sua reclamação de vários anos atrás não tenha sido resolvida. Em 2019, vale lembrar, o Spotify criou um site para explicar como a concorrência na App Store estaria sendo prejudicada. O Time To Play Fair (em tradução livre: “Hora de Jogar Justo”) apresenta aos usuários alguns argumentos com base em medidas adotadas pela Apple. Com informações: The New York Times

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