Aumento do número de pequenos lagos na Terra é má notícia para o climaONU alerta para desaparecimento de geleiras importantes já nas próximas décadas

Segundo os cientistas, o estudo mostra que 14 locais com estresse hídrico no mundo possuem uma viabilidade hipotética para a implantação de uma nova estrutura que conseguiria capturar o vapor de água acima da superfície do mar e condensá-lo para obter água doce. “A escassez de água é um problema global. Em regiões subtropicais, os oceanos mais próximos estão continuamente evaporando água porque há radiação solar suficiente devido à pouca cobertura de nuvens ao longo do ano, o que facilitaria a construção de grandes coletores de vapor de água”, explica o professor Praveen Kumar, autor principal do estudo.

Vapor oceânico

Os cientistas realizaram análises atmosféricas e econômicas sobre a colocação de estruturas hipotéticas em alto-mar, cada uma com aproximadamente 210 metros de largura e 100 metros de altura, para coletar e condensar o vapor de água proveniente dos oceanos. Esses resultados mostraram que a captura de umidade sobre as superfícies oceânicas é viável em muitas regiões com estresse hídrico no mundo. O rendimento estimado dessas estruturas propostas poderia fornecer, por exemplo, água doce para grandes centros populacionais. “Nossa tecnologia de coleta de vapor oceânico aproveita algo em abundância na natureza, que acaba se perdendo na atmosfera em vez de ser usado para abastecer populações inteiras que sofrem com a falta de água no mundo inteiro”, acrescenta a professora ciências atmosféricas Francina Dominguez, coautora do estudo.

Mudanças climáticas a favor

As projeções climáticas mostram que o fluxo de vapor oceânico tende a aumentar com o passar do tempo e o avanço das mudanças climáticas. Caso essas previsões se confirmem, a nova técnica proposta pelos pesquisadores se tornaria viável independentemente das variações do clima. Segundo os cientistas, essa solução para o abastecimento global funciona com base no ciclo natural da água, dispensando a utilização de técnicas ultrapassadas de reciclagem de águas residuais, semeadura de nuvens ou processos caros de dessalinização dos oceanos. “Com esse sistema, a diferença é que podemos orientar para onde a água evaporada do oceano vai. O mais incrível é que, mesmo parecendo algo tão óbvio, essa solução para a escassez hídrica nunca foi apresentada antes. No futuro, essa técnica pode ser a salvação para populações vulneráveis ​​que vivem em regiões áridas e semiáridas do mundo”, encerra o professor Praveen Kumar.