Estudo revela como as mudanças climáticas têm afetado as populações de plânctonAbundância de vida é encontrada em escuridão sob plataforma de gelo na Antártida
Uma condição básica para qualquer ser vivo que faz fotossíntese, das plantas ao fitoplâncton, é a presença de luz. Este processo bioquímico transforma energia luminosa em energia química, sendo vital não só para os organismos que o realizam, mas também para os que se alimentam destes. Mas não era de se esperar que, em ambiente supostamente escuro, como abaixo do gelo antártico, a fotossíntese estivesse acontecendo. Descobertas recentes apontam que, com as geleiras ficando mais finas e suscetíveis ao derretimento, mais luz tem atravessado o gelo, criando condições para a floração do fitoplâncton. O termo em inglês bloom também é muito usado, mesmo em português, para descrever esse rápido aumento na quantidade destes organismos. O estudo realizado utilizou dados de sondas flutuantes, imagens de satélites e modelos climáticos para estimar a quantidade de fitoplâncton presente abaixo do gelo. Com mais de duas mil medições entre 2014 e 2021, os cientistas afirmam que mais de 50% da região abaixo do gelo pode abrigar a vida microscópica fotossintetizante. Estudos futuros pretendem investigar como esta florescência pode impactar toda a vida marinha nos arredores da Antártida. De qualquer forma, os resultados já indicam profundas mudanças no mundo decorrentes do aquecimento global. Fonte: Frontiers in Marine Science Via: Science Alert