Como funciona o spam no WhatsApp que pode ter beneficiado Bolsonaro

Porém, a empresa “não tem planos” de adotar as ações sugeridas. Um porta-voz do WhatsApp afirmou à BBC News Brasil que uma mudança a poucos dias do segundo turno da eleição seria “impossível” por questões técnicas.

O WhatsApp costuma levar meses para implementar as mudanças. Primeiro, a atualização é liberada a um pequeno grupo de usuários. Depois, ela é ampliada de forma lenta e gradual. O processo só termina quando todos os usuários atualizam o aplicativo para as versões mais recentes. A recomendação do TSE envolve a limitação na quantidade de grupos criados pela mesma pessoa e de participantes em cada grupo. O tribunal também sugere limitar o encaminhamento de mensagens de 20 para 5 pessoas ou grupos por vez, assim como o aplicativo fez na Índia. No entanto, o porta-voz do WhatsApp lembra que os usuários na Índia “não ficaram satisfeitos” com o novo limite de encaminhamento de mensagens. Até por isso, a empresa não pensa em implementar a mudança no Brasil. Além do “feedback dos usuários”, o WhatsApp explica que busca um “equilíbrio entre o que é liberdade de expressão e o que é violação de regras”. Na semana passada, representantes do aplicativo se reuniram com membros do TSE para tratar de mensagens falsas. O executivos sugeriram que o tribunal adotasse o WhatsApp Business para entar em contato com os eleitores e impedir a disseminação de boatos.

WhatsApp bane agências de disparos de mensagens

Na sexta-feira (19), o WhatsApp notificou quatro agências: Quickmobile, Yacows, Croc Services e SMS Market. Elas teriam sido contratadas por empresários apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) para realizar o disparo em massa de mensagens contra a campanha de Fernando Haddad (PT). Segundo uma reportagem da Folha de S.Paulo, os acordos com as agências chegam a R$ 12 milhões. A contratação dos serviços pode ser configurada como doação empresarial de campanha, o que é proibido pela lei eleitoral. O WhatsApp determinou que as quatro agências parem de disparar mensagens em massa e deixem de entrar em contato com números de celulares obtidos na internet. As contas do aplicativo ligadas às empresas foram banidas.

O disparo em massa pelo WhatsApp é permitido, mas é preciso usar uma lista formada por pessoas que cederam seus dados para a campanha. As agências, no entanto, teriam usado bases de terceiros, com origem desconhecida. A conta de Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidenciável, também foi bloqueada. De acordo com o WhatsApp, por “comportamento de spam”. O aplicativo afirma que o número de Flávio foi bloqueado no dia 11 e liberado no dia 14 de outubro. Os termos do WhatsApp proíbem a “publicação de falsidades, deturpações ou alegações enganosas, envio ilegal ou não autorizado de comunicações, como mensagens em bloco, automáticas, auto-discadas; ou que envolva o uso não pessoal do serviço a menos que autorizado pela empresa”.

WhatsApp n o adotar  sugest es contra fake news antes do segundo turno   Tecnoblog - 31WhatsApp n o adotar  sugest es contra fake news antes do segundo turno   Tecnoblog - 94